... da totalidade das coisas e dos seres, do total das coisas e dos seres, do que é objeto de todo o discurso, da totalidade das coisas concretas ou abstratas, sem faltar nenhuma, de todos os atributos e qualidades, de todas as pessoas, de todo mundo, do que é importante, do que é essencial, do que realmente conta...


tuda.papel.eletronico@gmail.com

Em associação com Casa Pyndahýba Editora

Ano I Número 3 - Março 2009

Tradução - Eduardo Miranda

Ian Iqbal Rashid
Ian Iqbal Rashid nasceu em 1971, em Dar es Salaam, Tanzânia, mas foi criado em Toronto, no Canadá e transferiu-se adulto para Londres, na Inglaterra. Ele se auto-intitula poeta, roteirista e produtor de cinema Canadense/Britânico Ismaelita Muçulmano de descendência Indiana!

Ultimamente Rashid tem se dedicado a escrever roteiros para a TV inglesa. Toda sua poesia até hoje publicada saiu no começo dos anos 90. Foi de seu último livro, "The Heat Yesterday", (Coach Houses Press,1995) que retirei este poema.

Mango Boy



1.
Melado de bordo na manga
cai bem, e você é quem

Uma criança canadense
Me disseram.

Foi assim que
megulhei tudo no iogurte
juntei maztruz
e pistache
(um pouco de hortelã)
e misturei tudo, instigado

Cravo.
Canela.

2.
Em Londres, o berço do império
(há cuecas por todos os lados)
Eu como manga, fatiada
vejo a pimenta
orvalhada, como arma-artilharia na carne cor-de-mel

Então eu levo meu amante às alturas
e me delicio com o meu sucesso:
esta imagem projetada neste fundo
tão branco e tão vago, tão improvável
é capaz de captar muitos dos meus momentos
Saturado, me curvo
sobre o brilho ceroso e vadio
de suas espinhas e acnes
momentos de acanhaçãoe mordidelas
lembrança de mangas lambuzadas de sorrisos.

3.
Preciso de um nome, todos nós precisamos
Vou resgatar o meu segundo nome
ou apenas reler o meu primeiro, rapidamente
ou talvez inventar algo novo
algo que deixe as pessoas irritadas:
Shabani ou Pierre Eliot ou Giles
ou Mango Boy

Vou cultivar as mais maduras, lambuzantes e suculentas
mangas, que te deixarão com manchas permanentes
lembranças de manga, arrependimentos de manga

Promessa de uma nova espécie de mangas
Caras, mas eu as descascarei de graça
E farei ofertas, do tipo:
prove-me na água, eu não lambuzo na água
ou
esprema o Mango Boy e veja
ele
todo
expelir-se
e vir à tona, então
pense num nomee aí
me diga e eu serei.

1.
Maple syrup on mango
works, you are

A Canadian Child
I'm told.

And so
I dunk it all in yogurt
pour cardamom
and pistachio
(yes, some mint)
whip it up defiant,

One clove.
Cinnamon.

2.
In London, the seat of empire
(underwear showing through now)
I eat mangoes, sliced
see the cayenne
sprinkled, machine-gunned through honey-coloured flesh.

Then I ride my lover high
and marvel at my fortune:
this projection screen of back
so white and vacant, so long
able to hold so many of my moments
Satured, I arch
onto waxy shine of bum
shot through with pimples and pink
moments of blush and teeth marks
remembering a mango splintered smile.

3.
I need a name we all need a name
I'll take back my second
or maybe just speed it up past my first
or maybe call myself something new
that will make people angry:
Shabani or Pierre Eliot or Giles
or Mango Boy

I'll grow over-ripe mango messy-lazy
offend like an unremovable stain
mango legacies, mango regrets

Live up to a new reputation
Expensive, but I peel for free
I'll make propositions, like:
like try me in the water, no mess in the water
or
squeeze the mango boy and watch
it
all
comes
out then
then think of a name then
then teel me